Estudo conclui que transporte coletivo não aumenta casos da covid-19
O estudo “Análise da Evolução das Viagens de Passageiros por Ônibus e dos Casos Confirmados da Covid-19”, realizado pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), concluiu que não há indicação de que o aumento do número de passageiros no transporte público esteja relacionado ao crescimento do número de casos da doença. O estudo foi feito a partir da análise de dados do número de passageiros em 15 sistemas de transportes públicos urbanos por ônibus no Brasil, que correspondem a 171 municípios, e a ocorrência de casos da covid-19 confirmados nas cidades.
Foram considerados 255 registros de informações dos sistemas de transporte público coletivo. A análise foi feita comparando-se os registros confirmados da covid-19 nas cidades, observados sete dias após a demanda transportada, em caso de contaminação do passageiro durante a viagem. Esse seria o prazo médio entre a eventual infecção e a detecção da contaminação por testes. Não foi constatada a associação entre o número de passageiros transportados por ônibus e o aumento do número de casos.
Os 15 sistemas analisados são responsáveis por 325 milhões de viagens de passageiros por mês ou por 13 milhões de deslocamentos diários de pessoas. Os dados foram gerados por meio da variação da demanda por transporte, calculada pela NTU, e dos dados do SUS (Sistema Único de Saúde) por 17 semanas, entre as semanas epidemiológicas 14 e 30, de 29 de março a 25 de julho de 2020.
“O setor de transporte público sofre muito devido à falta de informações corretas. Ele ficou sendo visto como um local de alto risco, por isso fizemos a pesquisa. Ela mostra que o sistema possui segurança. As empresas atuam com protocolo de segurança e saúde, como a higienização dos ônibus, o uso de máscara, janelas abertas e a informação certa de como se transmite a doença”, afirma o presidente da NTU, Otávio Cunha.
Cunha explica ainda que o estudo foi submetido a três profissionais da área da Medicina, que atestaram a veracidade dos dados. “Continuamos fazendo pesquisas nos mesmos sistemas, para vermos a evolução e para termos mais segurança e tranquilidade. Ultrapassamos a fase mais crítica e estamos iniciando a retomada das atividades. Vamos informar os usuários corretamente. Para isso, precisamos da ajuda de todos, da imprensa ao poder público.”
Com informações da Agência CNT | Foto: CNT